sexta-feira, 10 de março de 2017

Segregação

Sim, existe discriminação dentro da Igreja. De uma forma fotográfica, colorida e escondida. Dentro de pastorais e movimentos, inclusive nos espirituais... Sério? Seríssimo!

Pare, olhe, sinta... você é assim. Eu sou assim.

Se é pobre: sai fora! Se é rico: vem pra dentro!... E é irmão. Se é negro: periférico, se é branco: profeta.

Até parece que não tem branco na periferia e profetas em outras raças de cor. Se tem boa aparência: cola. Caso contrário, virou piada!

E tudo isso bem disfarçado por fariseus ditos espirituais arrogantes, que fora do púlpito são vis serpentes destilando flechas nos irmãos que estão fora do seu contexto ou grupo sociopático.

E se lhes dissesse que Deus é negro, o que você faria? (veja bem o que farás, até por que matar e/ou ferir o outro é pecado e dá cadeia, talvez no BR não, cultura pobre e comprada). O que você falaria? (e cuidado: difamação e calúnia dão cadeia e pecar pela língua é ter o inferno na boca (Tg 3,1-12)).

Dentro de um contexto geográfico, histórico, típico de região, de genealogia, de Bíblia, se bem atentarmos, Jesus - o Deus que adoramos - não foi tão branco e de olhos azuis como encerram... (É uma ideia que achamos fácil na internet, então, não responderei a nenhuma questão).

Mas, só pra abrir sua tosca mente, se Deus nos fez à sua imagem e semelhança, isto para todas as raças e cores, Ele mesmo pode possuir ou se mostrar nas mais variadas. Deus é um SER não expressável em normas humanas.

Não só em cor a discriminação, mas em contextos variados: no pobre, no preso, na viúva, no inválido, no assassino, no morador de rua... Aliás, Ele mesmo disse que está nestes pequenos (Mt 25, 35ss).

Então, analisando o texto bíblico em contexto com o proposto, SEGREGAMOS ao próprio Jesus, se é verdade que Jesus no mais pequeno está. Ou a Palavra não é verídica.

Então, o porquê da segregação? Ideologias próprias; Conceitos pré-estabelecidos de uma sociedade doente; Uma não-conversão genuína ao Evangelho. São umas das tantas respostas que poderíamos citar.

Fico com a não-conversão genuína ao Evangelho. Prego e vivencio somente o que me agrada, como vemos em tantas seitas que se dizem cristãs e em nosso meio.

A conversão genuína deve nos levar ao amor genuíno ou ágape, que opera em nós na mesma intensidade do Homem da Cruz, que se entrega a TODOS, sem distinção de raça, cor, credo, posição social, etc.

O amor genuíno é altruísta. É do outro, para o outro e pelo outro.

Amo o Deus que habita no coração do outro e faço o melhor para que o Deus que amo esteja bem acomodado no templo que o outro é.

O interior do homem é o castelo mais brilhante, extravagante, sincero, puro, acolhedor, intenso, que não exige ou traz diferença, pois no interior somos iguais: templos.

Porém, templos de Deus ou de demônios. Aí se cria enorme diferença que não faço questão de diferenciar; no tocante: prefira, busque e queira ser somente do Espírito de Deus.

Diferenças sempre teremos. O que define quem sou não é minha cor ou posição social, e sim minha altura, largura, comprimento e profundidade que tenho em relação à YAH. Mas, cuidado, pois até isso pode me tornar um segregador.

(Rone Honorio)

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